
Acidente do Concorde, um dos icons da aviação civil a nível mundial



O acidente do Concorde
Motor
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Modelo do Motor: Olympus 593 Mk 610-14-28 (versão final, de produção) 23
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Fabricante do Motor: Rolls-Royce / SNECMA
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Potência Máxima produzida por Motor na decolagem (pós-combustores acionados): 38.050 lbf (169,2 KN)
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Capacidade de Combustível: 119.500 Litros / 95.680 kg
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Consumo de Combustível (1 motor em Idle, no solo): 1.100 kg/hora ou 2.400 libras/hora
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Consumo de Combustível (1 motor em potência máxima "seca", no solo): 17.500 kg/hora ou 23.150 lbs/hora
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Consumo de Combustível (1 motor em potência máxima + pós-combustor, no solo/decolagem): 38.500 kg/hora ou 49.604 lbs/hora
Pesos
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Peso Básico Operacional: 78.700 kg
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Peso Máximo Zero Combustível: 92.080 kg
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Capacidade de carga paga (payload): 13.380 kg
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Peso Máximo de Descolagem: 185.000 kg
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Peso Máximo de Pouso: 111.130 kg
Dimensões
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Comprimento: 61,65 m
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Envergadura: 25,6 m
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Altura: 12,2 m
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Lugares: 110 poltronas
Dados técnicos
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Entrada das turbinas do Concorde - F-BVFA (N/S 205).
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Saídas das turbinas do Concorde - G-AXDN (N/S 101).
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O Concorde tinha um nariz que se inclinava durante
a aterragem, para uma melhor visibilidade da pista.
Na imagem, abaixo a unidade G-AXDN (N/S 101) - Aeroporto de Farnborough, 7/9/1974.
Desempenho
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Velocidade Máxima de Operação: Mach 2,04
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Velocidade Normal de Cruzeiro: Mach 2,00
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Altitude Máxima de Operação: 60.000 pés / 18.300 m
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Alcance oficial: 3.700 NM ou 6.852 km (O recorde da aeronave é de 3.965 NM no voo Washington – Nice em 11 de setembro de 1984).
![]() Concorde | ![]() Desenho do Concorde | ![]() Concorde à descolagem |
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![]() Concorde à descolagem | ![]() O Pássaro levado para o ninho! | ![]() Concorde |
![]() | ![]() Concorde subindo...subindo... | ![]() Concorde de asas abertas |
![]() Instrumentação do Concorde | ![]() Vista do interior do Concorde | ![]() Concorde sobrevoando o mar |
![]() Concorde voando... | ![]() Concorde posando para a fotografia | ![]() Os melhores amigos do Concorde |
![]() Concorde voando no frio... | ![]() Concorde num vôo solitário | ![]() Pintura do Concorde |
![]() Concorde a caminho do "por do sol" | ![]() Concorde e o ... irmão Concorde | ![]() Concorde com as cores da Pesi |
![]() Concorde a um metro do asfalto... | ![]() Concorde na cor que melhor conheçe.. | ![]() Concorde e a sua guarda de honra... |
![]() Concorde... Pepsivoando... | ![]() Concorde na sua imponência | ![]() Concorde chegando a casa... |
![]() Concorde á descolagem | ![]() Pássaro com asas ao vento | ![]() Acidente do Concorde |
![]() O Concorde da Air France | ![]() Passaros amigos | ![]() Concorde fase de construção |
![]() Concorde"s" em formação | ![]() Dentro do cérebro do Concorde | ![]() No cérebro do pássaro Concorde |
![]() Concorde da Air France | ![]() Concorde à descolagem | ![]() Descolagem do Concorde |
![]() Ao entardeçer com o Concorde... | ![]() Concorde | ![]() O cérebro do Concorde |
![]() Concorde prepara-se para descolar | ![]() Mais uma descolagem do Concorde | ![]() Concorde |
![]() Concorde voando | ![]() Fase de construção do Concorde | ![]() Vista trazeira motores do Concorde |
![]() Descolagem do Concorde | ![]() Concorde | ![]() Concorde |
![]() Concorde com a "cabeça" na lua... | ![]() Concorde com um amigo... | ![]() Concorde à descolagem |
![]() Concorde | ![]() Concorde por cima das nuvens | ![]() O pássaro de "asas" aberta ao mundo. |
![]() Concorde à nossa vertical | ![]() Concorde | ![]() Concorde |
![]() O descanso do Guerreiro... | ![]() Concorde | ![]() O Concorde noregresso ao anoiteçer.. |
![]() Concorde | ![]() | ![]() O Concorde olhando os céus |
![]() Concorde à descolagem... | ![]() Vista frontal do Concorde | ![]() Concorde |
![]() Concorde | ![]() O bico do "pássaro" | ![]() Concorde Pepsi-Rolando |
![]() Concorde sobre as nuvens... | ![]() Ultrepassando a barreira do som | ![]() Concorde à descolagem |
![]() Concorde "esticando" asas e motores. | ![]() Concorde mais uma viagem de sucesso | ![]() Nas entranhas do Pássaro... |
![]() Por onde o pássaro respira... | ![]() Concorde | ![]() Concorde |
![]() Concorde | ![]() No interior do Concorde | ![]() Concorde Inglês em manutenção. |
![]() A fazer o que sabia: Voar | ![]() Concorde e os motores Rolls-Roice | ![]() Concorde |
![]() O Concorde à descolagem | ![]() Acidente fatídico | ![]() O que motivou o Acidente fatídico... |
![]() Restos do acidente fatídico Concorde | ![]() Acidente fatídico do Concorde | ![]() Pintura do acidente do Concorde |
![]() Peça solta de DC-10 | ![]() Local onde o pássaro perdeu a vida | ![]() O pássaro com as "penas" a arder... |
![]() Restos do Pneu do Concorde |
A aeronave com o Nº de série 203 e prefixo F-BTSC, cujo último vôo terminou com a vida de 113 pessoas.

O dia 25 de julho de 2000 ficou marcado na história aeronáutica pela ocorrência de um acidente envolvendo o avião comercial supersónico mais famoso do mundo. Um vazamento de combustível devido à ruptura do tanque nº 5 provocou um grande incêndio sob a asa esquerda da aeronave. Depois de uma sequência de falhas, a aeronave não conseguiu ganhar altitude e caiu instantes depois da descolagem. Após o acidente, o Concorde sofreu algumas modificações e 15 meses depois ele voltou ao serviço de passageiros. Porém, em 10 de abril de 2003, Air France e British Airways decidiram juntas encerrar os vôos comerciais do Concorde. A Air France encerrou os vôos do Concorde em 31 de maio de 2003 enquanto que a British Airways encerrou os voos em 24 de outubro de 2003. Primeiro alguns dados, depois a descrição do acidente!
O piloto Christian Marty, de 54 anos

Na foto em cima no Aeroporto de Paris Charles de Gaulle em julho de 1985, 15 anos antes da tragédia...


Consulte aqui informação muito premonorizada do Concorde F-BTSC com o Nº de série 203
F-BTSC no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, França em junho de 2000

Concorde F-BTSC Aeronave como foi entregue à Air France, vista aqui no Rio de Janeiro em 1976




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O Acidente
A história do acidente, que vitimou o Concorde foi exaustivamente investigado,
e no final a conclusão:
"A causa do acidente deveu-se a um pedaço de metal que se soltara de um motor de um DC-10 da Continental Airlines que tinha descolado minutos antes do Concorde.
Durante a fase crítica da descolagem, o Concorde passou com os rodados trazeiros sobre esse pedaço de metal, provocando o rebentamento de um dos pneus. Pedaços do pneu e/ou partes das próprias peças metálicas, deixadas para trás pelo DC10, entraram pela abertura do trem de aterragem que se encontrava aberto e perfuraram o tanque de combustível na asa esquerda, causando labaredas. A entrada de ar de um de um dos motores do lado esquerdo sugou pedaços do pneu danificado, tendo vindo a falhar logo após a descolagem, por sua vez o segundo motor do mesmo lado acabou por falhar após ser contaminado com um volume anormal dos gases da queima do motor, juntamente com querosene... (Continuar para descrição do acidente)
Curiosidades:
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Era o Concorde seguro?
Muito seguro, permaneceu sem acidentes durante cerca de 24 anos. Um dos aviões que operam em Londres havia sido suspenso serviços, porque eles tinham sido encontrados de microfissuras e agora está sendo reparados por quatro meses.
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Primeiro vôo comercial:
Em 21 de janeiro de 1976 o Concorde iniciou voos comerciais, ligando Paris ao Rio de Janeiro.
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Fim dos Vôos:
A Air France em 31 de maio de 2003 e a British Airways em 24 de outubro do mesmo ano.
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O último vôo oficial:
Foi realizado pela aeronave G-BOAF da British Airways, em 26 de novembro de 2003 para Filton, a sua terra natal
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Unidades fabricadas:
Foram fabricados 20 Concordes ao longo de um período de 13 anos. Apenas a British Airways e Air France operaram
a aeronave comercialmente.
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Onde param os Concorde?
Dos vinte Concordes produzidos, dezessete estão expostos (um na fábrica da Airbus, em Toulouse, e outros quatro em aeroportos e doze em museus aeroespaciais)
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Consumo de combustível:
Era altíssimo, da ordem de 20 mil quilos de querosene por hora.
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Combustível:
Apesar de consumir tanto combustível, o Concorde consumia menos que um Boeing 747, porém transportando um número de passageiros muito menor.
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Lucro ou Prejuízo:
Até ao ano 2000 o Concorde dava lucro às empresas operadoras, mas devido aos ataques de 11 de setembro de 2001 a demanda pelos vôos intercontinentais diminuiu e os voos do Concorde tornaram-se economicamente inviáveis.
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Causa do acidente:
Dano causado por peça de outro avião (DC-10 da American Airlines) deixado na pista.
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Origem do vôo:
Aeroporto Internacional Charles de Gaulle, Paris, França
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Destino do vôo:
FK, Nova Iorque, Nova Iorque, Estados Unidos
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Mortos:
113 (100 Pass. + 9Trip. + 4 no solo)
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Nacionalidades e número de Passageiros envolvidos:
Alemães ----------------------------- 96
Americanos ----------------------- 01
Austriaco --------------------------- 01
Dinamarqueses ----------------- 02
Total de Passageiros -------- 100
Tripulantes ------------------------- 09
Pessoas no solo ---------------- 04
Total Geral -----------113
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Feridos: 0
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Tipo: Concorde / Fabricantes: EADS e BAE /
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Operadores:
Air France e British Airways
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Prefixo da aeronave acidentada: F-BTSC
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Nº de Série: 203 / Nº de Serie do Fabricante: 100 - 003
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Designação do vôo: AF-4590
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Primeiro registo da aeronave: Re-registrado como F-BTSC pela Aerospatiale 28 de maio de 1975
06 de janeiro de 1976 a aeronaves é arrendada à Air France
08 de dezembro de 1976 aeronave regressou de novo à Aerospatiale.
11 de junho de 1979 a aeronave é re-alugada à Air France
Junho 1980 a aeronave é convertida para a versão tipo: 101
-
Aeronave adquirida pela Air France : 23 de outubro de 1980
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Passageiros:
100 - Eram na sua grande maioria alemães, "Deilmann", um operador turístico alemão havia alugado o Concorde para os seus clientes a fim de iniciarem doze dias de férias. Teriam que chegar a Nova York para participar de um cruzeiro de duas semanas (25,07 / 09:08), que os levaria à América Latina.
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Tripulação:
9 (2 Pilotos, 4 comissárias(Hospedeiras de bordo) e 3 tripulantes técnicos / Sobreviventes: 0
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Piloto Comandante: -
- Christian Marty, 54 anos, casado e com duas filhos,
- Estava na Air France desde 1969,
- Piloto do Concorde há três anos,
- Além longa carreira como piloto também foi instrutor de vôo,
- Desporto: Tentou atravessar o Atlântico em windsurf, permanecendo 37 dias em cima de uma prancha de sem
nunca pedir ajuda ao barco de apoio. Amava os desportos radicais: Era esquiador e fazia Asa-delta.
- Foi um profissional altamente qualificado e considerado dentro da Air France.
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Primeiro Oficial:
Jean Marcot, 50 anos, há 11 no Concorde.
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Desempenho
Velocidade Máxima de Operação: Mach 2,04
Velocidade Normal de Cruzeiro: Mach 2,00
Altitude Máxima de Operação: 60.000 pés / 18.300 m
Alcance oficial: 3.700 NM ou 6.852 km (O recorde da aeronave é de 3.965 NM no vôo Washington – Nice em 11 de setembro de 1984)
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Engenheiro de vôo:
Gilles Jardinaud, 58 anos, com três anos de serviço no supersónico.
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Local do Acidente:
O incidente ocorreu nas imediações do aeroporto françês Charles De Gaulle em Roissy, às 16h40. Dois minutos após a descolagem com fogo num motor... a aeronave perdeu o controle quando tentava regressar à pista. Despenhou-se mesmo ao lado de Gonesse Le Relais Blue. O vôo fatídico (AF-4590) resultou no primeiro acidente observado com qualquer um dos 20 Concorde desde que esta aeronave se estreou nos céus em 1969.
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Utilização actual: Restos são armazenados num hangar no aeroporto Le Bourget, aguardando inquérito judicial.
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Dados muito curiosos sobre esta aeronave em particular:
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Efectuou 11.989 Horas de vôo,
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Efectuou 3.979 Descolagens
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Efectuou 3.978 Aterragens
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Em 1978-1979 Esta aeronave foi a única usada no filme "Airport'79
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Em 02 de Maio de 1989 este Concorde efectuou o vôo que transportou o Papa João Paulo II.
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A "F-BTSC (203)", sendo originalmente um modelo 100 (que seria convertido para um modelo 103), foi o Concorde mais pesado de toda a frota da Air France, mais ou menos cerca de uma tonelada. Era também dois anos mais velho do que o mais leve e mais jovem F-BTSD (213).
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Abatido ao efectivo em 25 Jullho 2000
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Em Nov1982 a Air France só estava a efectuar 7 vôos semanais para Nova York, e em virtude disso, esta aeronave foi guardada pela companhia aérea, juntamente com outra a: F-BVFD. A F-BTSC voltou de novo ao serviço no dia 28 de abril de 1986, devido ao facto de a aeronave escalada para o vôo daque dia teve de ser submetida a controlos por parte da engenharia, estando portanto fora de serviço devido a trabalhos de manutenção efectuados entre junho de 98 e novembro de 99, (Inspeção check 'D'), em que o feixe de quilha foi substituído devido a corrosão. Foram ainda verificados os controlos visuais, radiográficos e ultrasonical. Um trabalho total de 60.000 horas de verificação, pedaço por pedaço. Depois que três semanas de testes em solo ocorreram dois testes de vôo. A aeronave viria então a regressar ao serviço em 01 de novembro de 1999.
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Motor
Modelo do Motor: Olympus 593 Mk 610-14-28 (versão final, de produção) 23
Fabricante do Motor: Rolls-Royce / SNECMA
Potência Máxima produzida por Motor na descolagem: (pós-combustâo acionada): 38.050 lbf (169,2 KN)
Capacidade de Combustível: 119.500 Litros / 95.680 kg
Consumo de Combustível: (1 motor em Idle, no solo): 1.100 kg/hora ou 2.400 libras/hora
Consumo de Combustível: (1 motor em potência máxima "seca", no solo): 17.500 kg/hora ou 23.150 lbs/hora
Consumo de Combustível: (1 motor em potência máxima + pós-combustão, no solo/descolagem): 38.500 kg/hora ou 49.604 lbs/hora
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Dimensões
Comprimento: 61,65 m
Envergadura: 25,6 m
Altura: 12,2 m
Lugares: 110 poltronas
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Pesos
Peso Básico Operacional: 78.700 kg
Peso Máximo Zero Combustível: 92.080 kg
Capacidade de carga paga (payload): 13.380 kg
Peso Máximo de Descolagem: 185.000 kg
Peso Máximo de Pouso: 111.130 kg
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Últimas comunicação efectuadas:
Transcrição da gravação
O método utilizado para transcrever a gravação fielmente consistiu, no que foneticamente, foi ouvido, sem qualquer interpretação ou extrapolação. No entanto, o conhecimento de procedimentos e termos técnicos em uso actualmente é às vezes muito útil para o compreensão de certas palavras ou partes de palavras. Foi por isso que várias tripulações que conheciam as vozes daquela tripulação, ouviram também as gravações. O o ruído do cockpit do Concorde e os vários sons de fundo dos alarmes foram também ouvidos pela investigação, foi no entanto utilizada uma filtragem especial adaptada para permitir que todo o segmento de vôo fosse escutado com o máximo de redução de ruido ambiente parasita.
O início da gravação correspondente ás: 14h 12min 23s - Deu-se nesta altura inicio ao Checklist antes da partida e no inicio do arranque dos motores. Foi ouvido ainda o Checklist durante a rolagem do Concorde no seu percurso para a o inicio da pista.Todos estes procedimentos foram reconfirmados pela equipa de investigação seguindo as listas de verificação de ("pré-start-up"), e o "pós start-up", "táxi" e "pré-descolagem" usadas no avião.
A transcrição completa da gravação
Nesses 30 minutos são dignos de nota os seguintes elementos efectuados durante o Checklist:
14h 13min 13s
- Engenheiro de Vôo do Concorde -“Medidor de Combustivel - Tenho noventa e seis quatro com noventa e seis x três, a bordo”.
14h 13min 46s
- 1º Oficial do Concorde - “Protecção anti-fogo”,
- Engenheiro de vôo - “Testado”.
14h 14min 04s
- 1º Oficial do Concorde - “ZFWZFCG”,
- Engenheiro de Vôo do Concorde -“então.. eu tenho noventa e um nove e cinquenta e dois dois". ”.
14h 14min 17s
- Comandante de Bordo - “as velocidades de referência de modo V1: cento e cinquenta, um VR
de cento e noventa e oito, V2: 222 Cento e quarenta, duzentos e oitenta e é exibida à esquerda.
14h 14min 28s
- 1º Oficial do Concorde - “trim”,
- Comandante de Bordo - “é 13 graus”.
14h 14min 53s
- Comandante de Bordo - “ao lado da alavanca de comando está a 14 e terá N2 a 97 e pouco”,
- Engenheiro de Vôo - “97”.
14h 22min 22s
- Comandante de Bordo - “ok vamos efectuar 185 isto quer dizer que iremos estar no limite estrutural ”,
- “Perdão limite estrutural 54% CG”.
14h 37min 51s
- 1º Oficial do Concorde - “hey, você tem os indicadores que entram em verde o tempo todo …".
14h 38min 55s
- Engenheiro de vôo -“Tem razão, entamos em amare...em verde”.
14h 38 min 59s
- 1º Oficial do Concorde - “Estamos a ficar em verde, eh”.
14h 39min 04s
- Comandante de Bordo - Então a descolagem é ... com o peso máximo à descolagem de cem
oitenta toneladas/100, o que significa quatro... com um mínimo de N2 e 103 com falha de N2 a 98",
" Entre 0 e 100 nós eu paro se apareçer qualquer aviso aural do tipo de problemas com pneus ",
" Entre 100 nós e V1 eu paro por motivo de indicação de incêndio no motor ou pneus"
" Depois de V1 continuamos no SID como já falamos e iremos aterrar de novo na pista v26 á direita
14h 40min 19s
- Comandante de Bordo “Que combustível já usamos?”,
- Engenheiro de Vôo - “Ainda temos 800 Klg nos depósitos”.
14h 41min 09 s
- Engenheiro de Vôo do Concorde -“Temperatura dos travões nos 150… “.
- O comandante do Concorde pergunta então: "Os travões estão mais quentes à esquerda ou à direita?”.
- Engenheiro de Vôo - responde: “São idênticos”.
14h 42min 31s
- Comandante de Bordo “Top”.
14h 42min 54.6s
- 1º Oficial do Concorde - “100 Nós”.
14h 42 min 57s
- Engenheiro de Vôo do Concorde -“Quatro verdes”.
(Quatro verdes - Significou que o Engenheiro de vôo fez uma verificação a 4 parâmetros distintos,
e primindo os respectivos botões, eles apresentaram uma cor verde luminosa.
Se ao primir os mesmos, eles ficassem vermelhos, isso significaria anomalia do parâmetro checkado.)
14h 43min 03.7s
- 1º Oficial do Concorde - “V1”.
Nota:
O grupo de investigação havia detectado um ruído de baixa frequência ás 14h 43min 07s, durante o percurso de descolagem. Trabalho posterior de filtragem avançada mostrou que esse ruído de baixa frequência esteve de facto presente em toda a gravação: é um ruído associado à gravação induzida pela própria cassete de gravação ou o circuito ou de gravação propriamente dito. Foi assim removido da transcrição final.
14h 43min 10.1s
- Observado um ruido, entre as 14h 43min 11s e as 14h 43min 13.8s,
seguido de de outra alteração de ruido de fundo.
Ao mesmo tempo:
- 1º Oficial do Concorde afirma:“Cuidado”.
14h 43min 11.9s
- Um som não entendido é ouvido, posteriormente ás 14h 43 min 13.0s,
- O Engenheiro de Bordo do Concorde afirma: "Cuidado".
14h 43min 13.4s
- Uma mensagem do Controlador de Tráfego Aéreo avisa da presença de chamas na parte de trás do Concorde
14h 43min 16.4s
- Engenheiro de Vôo -“(Stop) “.
14h 43 min 20.4s
- Engenheiro de Vôo do Concorde - “Avaria no mot..… falha do motor nº2”.
14h 43min 22.8s
- Alarme de fogo.
14h 43min 24.8s
- Engenheiro de Vôo - “Parar o motor número 2”.
14h 43min 25.8s
- Comandante de Bordo - " Efectuar procedimentos contra incêndio” no decurso ouve-se um
selector a ser accionado e o alarme de fogo deixa de se fazer ouvir.
14h 43min 27.2s
- Engenheiro de Vôo do Concorde - “Verificar a velocidade...a velocidade ...a velocidade”.
14h 43min 29.3s
- Manipulo de fogo é accionado.
14h 43min 30s
- Comandante de Bordo “Trem de aterragem em retração”. No decorrer dos 8 segundos seguintes
a tripulação mencionou várias vezes o trem de aterragem.
14h 43min 42.3s
- Segundo alarme de fogo é ouvido.
14h 43min 45.6s
- 1º Oficial - “Estou a tentar...”
- Engenheiro de vôo - “Estou a trabalhar nisso”.
14h 43min 46.3s
- Comandante de Bordo - “desligas-te o motor nº 2?”.
14h 43min 48.2s
- Engenheiro de Vôo - “já o desliguei”.
14h 43min 49.9s
- 1º Oficial do Concorde - "a velocidade...”.
14h 43min 56.7s
- 1º Oficial do Concorde - “o trem de aterragem não está a recolher”.
14h 43min 58.6s
- Terçeiro Alarme de fogo é ouvido na cabine.
Entre as 14h 43min 59s e 14h 44min 03s
- Três avisos de GPWS (Ground Proximity Warning System) Proximidade demasiado perto do solo, são ouvidos e
ao mesmo tempo o 1º Oficial de vôo Concorde volta a avisar:
“...a velocidade!”.
14h 44min 14.6s
- 1º Oficial do Concorde - “Le Bourget... Le Bourget”
Alguns segundos depois.
“Negativo nós estamos a.. tentar Le Bourget”, numa reação ás instruções dadas ao chefe dos bombeiros por parte
do controlador de trafego aéreo.
14h 44min 31.6s
- Fim de Gravação dos dados de vôo com impacto no solo.
-
O Concorde: É considerado ainda hoje um símbolo da aviação comercial, um mito que perdurou por mais de 30 anos.

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Durante as filmagens Aeroporto 79


Relatório do acidente em 25Julho de 2000 na Patte D'Oie em Gonesse (95) do Concorde F-BTSC operado pela Air France
![]() Descolagem com fogo | ![]() Esboço do acidente | ![]() Objecto cortante na pista |
---|---|---|
![]() Teste de pneus do Concorde | ![]() Resultado de teste com pneus | ![]() |
![]() Pneus danificados do Concorde | ![]() Trem de aterragem com deflector | ![]() Teste a pneus do Concorde |
![]() Objecto encontrado na pista | ![]() Circuito detector de incêndios | ![]() Tanques de combustivel do Concorde |
![]() Marcas de Impacto do Concorde | ![]() Cobertura da válvula de Travões | ![]() Restos do Concorde num Hangar |
![]() Quadricula no local do acidente | ![]() Tubeira de escape - Concorde | ![]() Instrumentação de bordo do Concorde |
![]() Restos do motor 4 do Concorde | ![]() Acidente do Concorde | ![]() Local da queda do Concorde |
![]() Restos do Concorde | ![]() Quadricula do local do acidente | ![]() Quadricula do local do acidente |
![]() Compressor do motor 1 do Concorde | ![]() | ![]() Reconstituição das asas do concorde |
![]() Reconstituição das asas do concorde | ![]() Peça do tanque nº 5 do Concorde | ![]() Eventos causadores da destruição |
![]() Eventos causadores da destruição | ![]() Eventos causadores da destruição | ![]() Eventos causadores da destruição |
![]() Estrutura metálica encontrada... | ![]() Concorde - Desenho técnico | ![]() Impacto do pneu no tanque... |
![]() Motor do Concorde | ![]() Rutura do tanque Nº5 do Concorde | ![]() Desenho técnico do Concorde |
Concorde
Foi fabricado em 1974 pelo consórcios; os britânicos da BAC-British Aircraft Corporation e a francesa Aérospatiale. A BAC foi extinta em 1999, passando a integrar a BAE Systems e a Aérospatiale foi extinta em 2000 passando a integrar o grupo EADS.
A aeronave tinha o número de série 203 e foi produzida na unidade da Aérospatiale, em Toulouse, França. O seu primeiro vôo pós-produção foi em 31 de janeiro de 1975.
Foi adquirida pela Aérospatiale em 28 de maio de 1975, que a registrou como F-BTSC e arrendada pela Air France de 6 de janeiro de 1976 a 8 de dezembro de 1976, retornando nesta data para a Aérospatiale. Em 11 de junho de 1979 foi novamente arrendada pela Air France, que a comprou à Aérospatiale em 23 de outubro de 1980.
Na data do acidente a aeronave tinha 25,5 anos de uso, sendo quase 20 anos de propriedade da Air France. O seu Certificado de Aeronavegabilidade havia sido emitido a 23 de dezembro de 1975, com validade até 29 de setembro de 2002. Até à data do acidente, a aeronave estava com 11.989 horas de vôo e 4.873 ciclos. A última revisão geral havia sido concluída em 01 de outubro de 1999 e desde então acumulava 576 horas de vôo e 181 ciclos (aterragens/descolagens).
Entre 17 e 21 de julho de 2000, passou por uma manutenção no trem de aterragem esquerdo, depois desta reparação já havia realizado quatro vôos entre 21 e 24 de julho. Algumas manutenções de rotina foram realizadas neste período.
A aeronave acidentada, de matrícula F-BTSC estava inicialmente planeada para ser o avião de reserva no dia 25 de julho. Uma outra, de matrícula F-BVFA estava destinada a realizar o vôo pela manhã e uma terceira, F-BVFC, realizaria o vôo 4590 à tarde. Por razões de manutenção, houve uma inversão entre F-BVFA e F-BVFC, ou seja, a F-BVFA realizaria o vôo da tarde. Esta, porém, foi impedida de realizar o vôo e substituída pelo reserva F-BTSC que, antes do vôo, precisou de sofrer uma manutenção: Troca de um motor pneumático acionador do sistema de exaustão do motor nº 2. Terminada a manutenção e testada a aeronave foi dada como pronta, isto é: Aprovada para o vôo.
Acidente
No aeroporto Charles de Gaulle em Paris, o Concorde iria realizar o vôo 4590 da Air France, com um total de 109 pessoas, mas que no entanto levaria à morte 113 pessoas (100 Passageiros + 9 Pessoal Técnico + 4 Pessoas em terra), espera a autorização para descolar rumo a Nova Iorque, após o reparação do motor nº 2 situado na asa esquerda.
Às 14h42 (UTC), a tripulação é autorizada a descolar e inicia a rolagem pela pista nº 26. Às 14h43, a aeronave descola e instantes depois, a torre comunica à tripulação a existência de chamas sob a asa esquerda, logo de seguida, a tripulação comunica falha no motor nº 2.
A aeronave prossegue o vôo a baixa altitude. O comandante comunica que seguiria para Le Bourget (aeroporto mais próximo) para tentar uma aterragem de emergência. O Concorde perde altitude e ruma directo para Gonesse.
A asa esquerda começa é tomada drásticamente pelas chamas, comprometendo seriamente os comandos de vôo, além da perda de potência dos motores o avião vai sofrendo uma inclinação lateral. Apesar dos esforços dos pilotos, o vôo 4590 despenha-seperto de um hotel de Gonesse. As 109 pessoas a bordo do avião e mais 4 no hotel morrem.
O vôo 4590 durou aproximadamente 80 segundos (entre 14h43m13s e 14h44m31s).
As caixas negras foram localizadas 4 horas após o acidente, tendo sido recuperadas todas as informações registadas tanto de gravação de voz (CVR-Cockpit Voice Recorder) como de dados de vôo (FDR-Flight Data Recorder). Havia ainda um terceiro dispositivo de gravação de dados de vôo (QAR-Quick Access Recorder), não protegido, para utilização de rotina pela Air France e cujas informações foram parcialmente recuperadas e comparadas com os dados do FDR.
Apurou-se nas investigações que a ruptura do tanque ocorreu durante a descolagem, tendo sido causada pelo violento choque com um pedaço do pneu nº 2 (localizado no trem de aterragem principal trazeiro esquerdo) que estoirou devido a uma peça de um DC-10 da companhia Continental, caída na pista do aeroporto Charles de Gaulle. Logo em seguida houve perda de potência, primeiro, no motor nº 2 e em seguida no motor nº 1. O DC-10 havia descolado cinco minutos antes do Concorde. Após 18 meses de investigações, foi apresentado o relatório final sobre o acidente.
Relatório final
Em Janeiro de 2002 o BEA (sigla em francês para Escritório de Investigações e Análises), agência do governo francês responsável pela investigação de acidentes aéreos na aviação civil, emitiu o Relatório Oficial Final do acidente.
Fazem parte deste relatório 12 Anexos que foram também disponibilizados pelo BEA.
A conclusão foi que a causa inicial não teve relação com a própria aeronave. Segundo o relatório, na sua Seção 3.2, foram três as prováveis causas:
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Passagem a alta velocidade de um dos pneus sobre uma peça que se desprendeu de uma outra aeronave que havia descolado antes do Concorde (DC 10 da American Airlines, prefixo Nº 130677).
Durante as investigações apurou-se que, cinco minutos antes do Concorde, um DC-10 da companhia Continental, de prefixo Nº 130677 havia também descolado na mesma pista e sentido. Na descolagem do DC-10, uma peça de metal de 43 cm de comprimento soltou-se da carcaça de proteção do reversor do seu motor direito (motor nº 3) caindo na pista.
Quando o Concorde estava a 306 km/h (85 m/s), instantes antes da descolagem, o pneu nº 2, localizado no trem de aterragem principal esquerdo, atingiu a peça de metal caída na pista. O pneu explodiu e um pedaço de borracha com cerca de 4,5 kg atingiu a asa esquerda da aeronave, mesmo por baixo do local onde se localizava o reservatório de combustível Nº 5. A velocidade deste impacto, calculada, considerando a rotação do pneu e a energia libertada na sua explosão, foi de 140 m/s (504 km/h).
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ruptura de uma grande parte do tanque de combustível, causada pelo impacto do pedaço do pneu, que provocou uma deformação na sua superfície externa e consequente movimento do combustível, gerando um violento golpe de pressão hidrodinâmica.
O tanque de combustível não se rompeu no mesmo ponto em que foi atingido pelo pedaço do pneu. O impacto contra a superfície do tanque criou uma onda de choque no combustível, que se propagou a uma velocidade aproximada da do som em meio líquido que é de cerca de 1.400 m/s, como o reservatório estava completamente cheio, causou uma elevação brusca da pressão hidrostática interna, da ordem de 200 bar (197,4 atmosferas) que provocou a sua ruptura e consequente vazamento do combustível.
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A Ignição do combustível libertado do tanque, pegou fogo devido a arcos elétricos gerados no alojamento do trem de aterragem ou através do contacto com peças do motor com elevadas temperaturas e com consequente propagação das chamas, provocando um incêndio de grandes proporções sob a asa da aeronave com a significativa perda de impulso no motor 2 e logo de seguida perda do motor Nº1.
O combustível libertado pela ruptura do tanque entrou em combustão por motivos ainda não claramente explicados nas investigações. O relatório menciona três causas prováveis:
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Explosão do motor pela ingestão de fragmentos, provocando chamas na direção da entrada de ar.
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Arco elétrico gerado pela ruptura dos fios na área do trem de aterragem.
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Contato do combustível com partes muito quentes do motor.
Adicionalmente, a impossibilidade de recolher o trem de aterragem provavelmente contribuiu para o confinamento e permanência das chamas durante todo o vôo.
A tripulação tentou uma aterragem de emergência no aeroporto mais próximo (Le Bourget) mas a aeronave, sem potência nos motores 1 e 2, não conseguiu ganhar nem altura nem velocidade. Após a perda de potência também dos motores 3 e 4, a aeronave caiu ao lado de um hotel muito próximo à junção das estradas Nº17 e D902, a 9,5 km da cabeceira da pista em que havia descolado.
Após a conclusão das investigações das causas do acidente, o Concorde passou por diversas modificações técnicas, que foram recomendadas pelo BEA.
Quinze meses depois, voltou ao serviço comercial. Porém, em 10 de abril de 2003, Air France e British Airways decidiram em consenso encerrar os vôos comerciais do Concorde devido ao aumento dos custos de manutenção e do insuficiente número de passageiros nos seus vôos. A Air France encerrou as operações comerciais com o Concorde em 31 de maio de 2003 e a British Airways em 24 de outubro do mesmo ano.
Acção judicial
Uma corte francesa condenou em 6 de dezembro de 2010, a Continental Airlines e particularmente um de seus mecânicos por homicídio involuntário e pela participação, apesar de indirectamente, no acidente.
O mecânico-soldador John Taylor foi condenado a 15 meses de prisão e a Continental ao pagamento de multa de 200 mil euros às famílias das vítimas. A Continental qualificou de absurda a decisão e anunciou que iria entrar com recurso.
Os promotores franceses responsabilizaram a companhia aérea pela queda na pista, da peça metálica da sua aeronave, que descolara minutos antes do Concorde e que, segundo o relatório final do BEA, teria sido a causa inicial do acidente. O encarregado de manutenção da Continental, Stanley Ford foi inocentado do caso.
Entretanto, em 29 de novembro de 2012, o tribunal francês recuou naquelas decisões e isentou a companhia norte-americana de qualquer culpa no acidente, acatando o recurso da companhia norte-americana, cujo argumento foi de que o avião já teria irrompido em chamas antes do contacto com o pedaço de metal e que a Continental estava a ser usada como bode expiatório para proteger a indústria de aviação francesa.
Veja o trabalho que elaborei sobre o acidente do Concorde.
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